Papa Francisco abriu diálogo com gays, casais não casados e defensores da teoria do Big Bang. Em recente visita a maior mesquita de Istambul na Turquia (Mesquita Azul) ele dispensou o carro blindado, chegou em um carro simples, entrou de pés descalços e rezou em silêncio por mais de 2 minutos com as mãos unidas e olhos fechados.
Diante do “mirhab”, que aponta a direção de Meca, onde está exposta a sura 19 do Alcorão que menciona a concepção virginal de Maria, o Papa Francisco demonstra ao mundo que a essência da religião é o amor e o respeito ao próximo.
Agora ele conquistou a simpatia dos amantes de cães, ativistas dos direitos dos animais e vegans ao consolar um garoto cujo cachorro havia morrido.
Em aparição pública na praça de São Pedro, no vaticano, papa Francisco disse:
“Um dia, nós veremos nossos animais novamente na eternidade de Cristo. O Paraíso está aberto a todas as criaturas de Deus.”
A frase veículada pela mídia no mundo inteiro reabriu uma discussão antiga.
Segundo reportagem do jornal The New York Times (matéria original), a declaração do papa teve ainda maior repercussão junto a ativistas de ONGs de proteção aos direitos dos animais, como The Humane Society e Peta (People for the Ethical Treatment of Animals).
“Minha caixa de mensagens foi inundada. Quase imediatamente todo mundo estava falando sobre o assunto”, disse Christine Gutleben, diretora da Humane Society, o maior grupo de proteção aos animais dos Estados Unidos, ao Times.
“Se o papa quis dizer que todos os animais vão para o paraíso, então isto implica que eles têm alma. E, se isso é verdadeiro, então devemos repensar seriamente em como os tratamos”, afirmou Christine.
“Não sou estudiosa do catolicismo, mas o mantra da Peta é que os animais não são nossos (dos homens), eles são de Deus”, afirmou Sarah Withrow King, diretora da ONG Peta.
O jornal perguntou a um professor de ética cristã se a frase do papa poderia estimular um novo debate sobre se os animais têm alma, sofrem e vão para o céu: “Em uma palavra: sim”, respondeu Charles Camosy, da Fordham University.
De acordo com teólogos ouvidos pelo Times, Francisco falou de forma casual, sem a intenção de fazer uma declaração doutrinária. “Ele estava apenas nos lembrando que toda criação é sagrada e que o paraíso está aberto a todas as criaturas. Francamente, concordo com ele”, afirmou o padre jesuíta James Martin ao Times.
Além do papa Francisco, João Paulo 2º também já havia proclamado que animais possuem alma e “estão tão próximos de Deus quanto os homens”.